LENTIBULARIACEAE

Utricularia geminiloba Benj.

VU

EOO:

14.077,08 Km2

AOO:

52,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015), com registros distribuídos nas principais áreas protegidas do estado, como no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (M. Nadruz 1747), Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima (G. Martinelli 11804), Área de Proteção Ambiental da Região Serrana de Petrópolis (D. Sucre 2787; A.C. Brade 18655), Parque Nacional do Itatiaia (A.C. Brade 15643) e Parque Estadual do Desengano (G. Martinelli 13387), usualmente entre 1500 e 2000 m de altitude (Rivadavia, 2001).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Luiz Santos Filho
Revisor: Raquel Negrão
Critério: B1b(i,ii,iii)+2b(i,ii,iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Erva terrestre ou rupícola que se desenvolve preferencialmente em locais úmidos. Apresenta ampla distribuição no estado do Rio de Janeiro (EOO=12290 km², AOO= 52 km²). Os registros indicam a ocorrência em afloramentos rochosos e áreas de Campos de Altitude entre 1500 e 2000 m de altitude (Rivadavia, 2001; BFG, 2015) e oito situações de ameaça. É encontrada nos municípios de Itatiaia, Macaé, Nova Friburgo, Petrópolis, Santa Maria Madalena, Teresópolis e Rio de Janeiro. Apesar de ocorrer nas principais áreas protegidas do estado (Parque Nacional do Itatiaia, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, APA Macaé de Cima, APA da Região Serrana de Petrópolis, Parque Estadual do Desengano e Parque Nacional da Tijuca), as localidades em que foi registrada são impactadas pelo aumento na frequência dos incêndios de origem antrópica, invasão de espécies exóticas e intensa prática do turismo (Castro, 2008; Aximoff, 2011). Tais ameaças são responsáveis pela severa fragmentação dos hábitats da espécie, e implicam declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat.

Último avistamento: 2010
Quantidade de locations: 8
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie foi descrita na obra Fl. Bras. (Martius) 10: 242. 1847. Utricularia geminiloba pertence a seção Iperua, que também inclui as congêneres U. humboldtii, U. nephrophylla, U. nelumbifolia e U. reniformis, todas nativas da região Sudeste do Brazil, com exceção de U. humboldtii (Rivadavia, 2001).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não existe nenhuma informação disponível na literatura consultada sobre potencial valor ecônomico da espécie.

Ecologia:

Substrato: terrestrial, rupicolous
Forma de vida: herb
Longevidade: perennial
Luminosidade: heliophytic, esciophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Vegetação sobre afloramentos rochosos, Campo de Altitude
Fitofisionomia: Afloramento Rochoso, Campos de Altitude
Habitats: 6 Rocky Areas [e.g. inland cliffs, mountain peaks], 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Erva terrestre ou rupícola, ocorrendo preferencialmente em afloramentos rochosos, em locais úmidos, em áreas de Campos de Altitude, associados ao bioma Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro (Rivadavia, 2001; BFG, 2015).
Referências:
  1. BFG (The Brazil Flora Group), 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4):1085–1113. doi: 10.1590/2175-7860201566411.
  2. Rivadavia, F. 2001. Utricularia geminiloba in flowers at last. Carnivorous Plant Newsletter. 30, 71-74.

Reprodução:

Detalhes: De acordo com os registros de ocorrência, a espécie foi encontrada com flores entre os meses de janeiro e novembro.
Fenologia: flowering (Jan~Nov)

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat,occupancy present local very high
As queimadas em Itatiaia, que em 97% dos casos tem origem antrópica, representam grande impacto sobre espécies ameaçadas de extinção que não toleram fogo. Em sete anos (2004-2011), 5.724 ha foram atingidos por fogo dentro e no entorno do PARNA do Itatiaia (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011). Os Campos de Altitude, que apresenta características que facilitam a passagem do fogo, foram o tipo de vegetação mais afetado, correspondendo a mais de 70% da área queimada (Aximoff, 2011).
Referências:
  1. Aximoff, I. 2011. O que Perdemos com a Passagem do Fogo pelos Campos de Altitude do Estado do Rio de Janeiro? Biodiversidade Bras. 1, 180–200.
  2. Aximoff, I., Rodrigues, R.D.C., 2011. Histórico dos incêndios florestais no Parque nacional do Itatiaia. Cienc. Florest. 21, 83–92.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2 Species stresses 8.1 Invasive non-native/alien species/diseases habitat,occupancy present local high
A invasão de espécies exóticas, como o capim gordura (Melinis minutiflora) é uma ameaça existente na Serra do Órgãos, e também em outras áreas de ocorrência desta espécie, principalmente em áreas de afloramentos rochosos e Campos de Altitude, seu habitat preferencial (Fernandez, com. pess.).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.2 Species disturbance 1.3 Tourism & recreation areas past,present,future local medium
O Parque Nacional da Serra dos Órgão, área-core de distribuição da espécie (Rivadavia, 2001) é um dos principais roteiros turísticos da região, e nem sempre é realizado de maneira respeitosa à natureza (Castro, 2008); áreas de Campos de Altitude e afloramentos rochoso em todas as unidades de conservação onde a espécie foi regtistrada e habitat de U. geminiloba, são frequentemente pisoteadas por montanhistas e escaladores que frequentam a região, considerada uma meca da escalada no país (Fernandez, com. pess.).
Referências:
  1. Rivadavia, F. 2001. Utricularia geminiloba in flowers at last. Carnivorous Plant Newsletter. 30, 71-74.
  2. Castro, E.B.V. de. 2008. Plano de manejo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Brasília, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Portaria ICMBio. Brasil.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie possui registros dentro das seguintes unidades de conservação: Parque Nacional da Serra dos Órgãos (M. Nadruz 1747), Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima (G. Martinelli 11804), Área de Proteção Ambiental da Região Serrana de Petrópolis (A.C. Brade 18655), Parque Nacional do Itatiaia (A.C. Brade 15643) e Parque Estadual do Desengano (G. Martinelli 13387).